segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

"O Espírito Santo é a 'mente' de Deus Pai"

Essa é outra afirmação antitrinitariana que não possui fundamento bíblico, como veremos através da análise de Romanos 8:27 e de uma palavra grega empregada em Mateus 28:19.

"E aquele que sonda os corações sabe qual é a MENTE DO ESPÍRITO, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos." (Rm 8:27).

Se o Espírito "é a mente de Deus Pai"; e o texto acima afirma que o Espírito "TEM uma mente", isso significa que Deus tem "duas mentes"? Claramente o texto está distinguindo o Espírito Santo de Deus o Pai e apresentando uma verdade inquestionável: a de que a Terceria Pessoa da Trindade possui personalidade própria, distinta!

Isso está em harmonia com o que Ellen White escreveu na Review and Herald de 19 de novembro de 1908, p. 15:

"O Espírito Santo é o representante de Cristo, porém desprovido de sua personalidade humana e independente dela".

Agora, vamos ao termo grego do texto de Mateus:

"Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os EM NOME do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mt 28:19).

No grego, a expressão "em nome" é "ONOMA". Essa palavra está IGUALANDO as Três Pessoas da Trindade! Se Mateus não quisesse igualar os Três Membros da Única Divindade, não teria usado tal termo grego!

[O texto de Mateus 28:19 está sim no original grego. Isso será discutido noutro post]

A UNIDADE DIVINA NA PLURALIDADE não é politeísmo porque não existe diferença na ESSÊNCIA DIVINA das Três Pessoas.

Por isso, os antritrinitarianos teriam razão em acusar os trinitarianos de "idólatras" se a doutrina da Trindade ensinasse uma diferença de ESSÊNCIA e PODER entre as Três Pessoas.

Sendo que politeísmo envolve a crença em deuses "com poderes superiores a outros"; e que esse conceito não faz parte da teologia da Trindade - que ensina haver UM DEUS NA ESSÊNCIA (distitno apenas em Personalidade - conceito de pluralidade) - a acusação de "idolatria" é irrelevante e não condiz com os fatos.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

É correto o cristão lançar sortes?

Você já leu na Bíblia sobre o “lançar sortes”? No Antigo Testamento a expressão era usada com o significado de “divisão” e jamais como o sentido de “azar”. Em Número 26:55, por exemplo, percebemos o termo está relacionado à divisão da terra para as tribos de Israel.
Deus não se utilizava do acaso para comunicar Sua vontade. Em Atos 1:26 percebemos os apóstolos lançando sortes na escolha de Matias como substituto de Judas entre os 12 apóstolos (v.v. 24, 25). Portanto, lançar sortes era também uma maneira que Deus utilizava para transmitir a vontade dEle a pessoas que não tinham à disposição todos os meios comunicativos que temos.
Provérbios 16:33 deixa claro que era Deus  quem decidia as coisas quando se lançavam sortes: “A sorte se lança no regaço, mas do SENHOR procede toda decisão.” Repito: Deus não comunicava sua vontade por meio do acaso.

Sobre o uso desse costume antigo em nossos dias, assim se posiciona o Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia:

“O método usado [em Josué 7:14] foi o sorteio, freqüentemente mencionado na Bíblia. No entanto, deve ter prudência no emprego deste meio de conhecer a vontade de Deus. Este caminho é seguro só quando Deus, mediante a inspiração, indica que é o método que deseja se empregue. Se Deus não participa do procedimento, nada mais é do que recorrer a esmo como o seria atirar uma moeda ou sacar uma carta. Pode ocorrer que em tempos de crises Deus responda em voz audível ou mediante sinais diretos (ver Juízes 6: 34-40). Mas esses não são os meios usuais que emprega para comunicar sua vontade. Deus deu inteligência aos homens, e espera que desenvolvam a faculdade de tomar suas próprias decisões.”

Hoje Deus não se utiliza dessa forma de comunicação por que temos a plena revelação dEle na Pessoa de Jesus (Jo 14:9; Hb 1:1-3) e parte da revelação na Bíblia (Sl 119; Jo 5:39, 40).
Você tem conhecimento suficiente sobre o Espírito Santo de modo que pode ser guiado diretamente por Ele através da Sua voz, que pode ser ouvida pela consciência.
“Quando te desviares para a direita e quando te desviares para a esquerda, os teus ouvidos ouvirão atrás de ti uma palavra, dizendo: Este é o caminho, andai por ele.” (Is 30:21)

“Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.” (Jo 14:26)

Aproveite!

Por que o Espírito Santo não é mencionado em alguns livros de Ellen White?

Realmente, O Espírito Santo não é mencionado no início do livro "Patriarcas e Profetas" e nem mesmo no "História da Redenção". Mas, partindo dos pressupostos de que:

1) O dom profético dado a Ellen White não contradiz a Bíblia;
2) E que o CONTEXTO de OUTROS LIVROS da mesma autora deve ser levado em conta para estudarmos o assunto, não devemos chegar a conclusões precipitadas sem uma detalhada investigação.

Esse princípio é aplicado no estudo da Bíblia, por exemplo, quando analisamos o Antigo e o Novo Testamentos para comprovar uma doutrina (não usamos apenas um texto isolado).

Vamos ao item 1:

a) A Bíblia menciona que o Espírito Santo fez parte da criação do nosso planeta:

Gênesis 1:2 - O termo "pairar" - em referência ao Espírito, é a mesma palavra hebraica empregada em Deuteronômio 32:11 para DESCREVER UMA AVE-MÃE QUE VOA DE MODO VIBRANTE E PROTETOR SOBRE OS SEUS FILHOTES. Não foi por acaso que o termo foi usado em Gênesis: a inspiração quis nos ensinar que, do mesmo modo, o Espírito voava DE MODO VIBRANTE E PROTETOR SOBRE O PLANETA QUE ELE AJUDARIA A CRIAR!

Jó 33:4 e Salmo 104:30 - de maneira clara o Espírito Santo é apresentado com capacidade criativa (em Hebreus 9:14 Ele possui outro atributo Divino: ETERNIDADE.

b) Então, por que Ellen White não menciona o Espírito Santo nos livros supracitados (como fazendo parte da Criação)? Quando entendemos que o "X da questão" do grande conflito era entre CRISTO e Satanás (Apocalipse 12:7-9), o assunto fica esclarecido. Deus o Pai e o Espírito também estavam envolvidos, mas, o centro é Cristo. Lúcifer (ver primeiros dois capítulos do "História da Redenção") teve inveja DE JESUS e não do Espírito Santo! Por isso, mencionar a Terceira Pessoa da Trindade não seria relevante naquele contexto do "Patriarcas e Profetas" e do "História da Redenção"!

Agora, vamos ao item 2:

Que o Espírito Santo é Deus podemos ver no CONTEXTO AMPLO dos escritos de Ellen White. Se ela não trata da Trindade no início do "Patriarcas e Profetas", aborda de maneira CLARA no livro "Evangelismo" (alguns dizem que os textos foram "adulterados", mas, é fácil provar que tal afirmação de "adultério" nos escritos dela não passa de loucura interpretativa. Basta ir aos originais disponíveis no White State e comprovar isso. Site: http://www.whiteestate.org/).

Vejamos o que diz o livro "Evangelismo" sobre a Trindade:

Pág. 616: "Os eternos dignitários [VEJA: NO PLURAL!] celestes - Deus, Cristo e o Espírito Santo [PERCEBA: PLURAL COM TRÊS PESSOAS!] - munindo-os [aos discípulos] de energia sobre-humana,... avançariam com eles para a obra e convenceriam o mundo do pecado".

Ibidem: "Precisamos reconhecer que o Espírito Santo, que é TANTO UMA PESSOA como o PRÓPRIO DEUS, está andando por esses terrenos" (mais claro que isso, impossível!).

"O Espírito Santo É UMA PESSOA, pois dá testemunho com o nosso espírito de que somos filhos de Deus. Uma vez dado esse testemunho, traz CONSIGO MESMO SUA (PLURAL!) própria evidência. Em tais ocasiões acreditamos e estamos certos de que somos filhos de Deus..."

Pág. 617: "O Espírito Santo TEM PERSONALIDADE, do contrário não poderia testificar ao nosso espírito e com nosso espírito que somos filhos de Deus. Deve ser também UMA PESSOA DIVINA, do contrário não poderia perscrutar os segredos que jazem ocultos na mente de Deus. "Por que qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus."

Ibidem: "O príncipe da potestade do mal só pode ser mantido em sujeição pelo poder de Deus NA TERCEIRA PESSOA Trindade (NO ORIGINAL INGLÊS, Ellen White usa o termo "Divindade". Ao contrários do que dizem alguns hereges, isso é irrelevante, levando-se em conta que ela afirma ser  Espírito a TERCEIRA PESSOA), o Espírito Santo".

Ibidem: "Cumpre-nos cooperar com os TRÊS PODERES (não DOIS!) mais altos no Céu - o Pai, o Filho e o Espírito Santo - e esses poderes atuarão por nosso intermédio, fazendo-nos coobreiros de Deus". 

Portanto, usando a Bíblia, as citações do "Patriarcas e Profetas", do "História da Redenção" e do livro "Evangelismo", podemos chegar à compreensão plena e ampla (e não parcial) de que existem sim Três Pessoas na Divindade mencionadas nos escritos de Ellen White. Dependará é da relevância de mencionar as Três Pessoas (ou não) em determinado contexto.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Por que os pioneiros adventistas eram antitrinitarianos?

Alguns alegam que não devemos crer na Trindade "por que os pioneiros rejeitavam tal ensino".
Temos de reconhecer que a maioria dos principais pioneiros adventistas não criam na Trindade. Entre os poucos trinitarianos podemos destacar Ambrose C. Spicer, pai de William Ambrose, presidente da Associação geral. 

Deve-se também ressaltar que a declaração de Daniel T. Bourdeau em 1890 mostra-nos que nem todos eram unânimes no antitrininarianismo: "Embora afirmemos ser crentes e adoradores de um único Deus, tenho chegado a pensar que entre nós existem tantos deuses quantas são as concepções da Divindade". Esta declaração nos leva a concluir que a igreja ainda não possuía um posicionamento oficial quanto ao assunto, de modo que hoje nós trinitarianos pudéssemos ser chamados de apóstatas...

Se você estudar a origem desta crença entre os pioneiros chegará a conclusões surpreendentes. Primeiro verá que parte de nossos pioneiros vieram de um contexto religioso marcado pelo antitrininarianismo, entre eles José Bates e Tiago White, que tiveram influências da igreja Conexão Cristã. Assim, não devemos nos admirar com o fato de eles não terem aceito a Trindade. Alguns deles inclusive eram semi-arianos; nem por isto iremos deixar de crer que Jesus é co-eterno com o Pai...
           
Segundo, os pioneiros rejeitavam um trinitarianismo baseado em credos, que contêm elementos não apoiados pela Bíblia. Com o passar do tempo, à medida em que pesquisavam sobre o assunto, o ensino aclarava-se em suas mentes.
           
A regra de fé dos Adventistas do 7o Dia é a Bíblia ou a compreensão que os pioneiros tinham de algumas doutrinas? Claro que é a Bíblia! Medite nisso.

Conquanto os pioneiros tivessem sido pessoas sinceras e que muito, mas muito mesmo contribuíram para a formação de nossa doutrina (especialmente a do Santuário), não devemos esperar que eles fossem os detentores absolutos de todas as verdades, sendo que o conhecimento da verdade é progressivo e eles estavam aprendendo.

Deus usou-os em sua esfera de ação e hoje usa-nos na nossa; isto significa que se temos um conhecimento privilegiado em relação a eles relacionado à Trindade, então vamos difundi-lo. Se aqueles poucos pioneiros tivessem tido maior luz sobre este assunto, certamente teriam mudado seus conceitos, do modo como o fez, por exemplo, Tiago White, que passou a aceitar a Divindade de Cristo por influência de Ellen White.

"A doutrina da Trindade é de origem católica"

A afirmação de que o ensino da Trindade nasceu com o catolicismo é fruto da fértil imaginação.

João 14:16 afirma que o Espírito Santo é o "outro Consolador". A palavra grega para "outro" - "allos" - significa "outro da mesma espécie" (de Jesus). Se o Espírito é "da mesma espécie de Cristo", a conclusão óbvia é de que, se Cristo é um Ser Pessoal e Divino, o Espírito Santo também o é!

O termo grego para "Consolador" é "parakletos" e significa "advogado", "alguém chamado a estar ao lado de outro alguém". Esse termo por si só derruba a ideia de que a Terceira Pessoa da Trindade possa ser uma "energia" Divina.

Quem é mais antigo: o texto de João 14:16 ou a igreja Católica? Obviamente que é o evangelho de João, escrito entre os anos 96 e 100 A.D. Por isso, a idéia de que a doutrina da Trindade originou-se com a igreja Católica através de concílios está longe de ser verdade, pois, já estava claramente expressa no evangelho de João, por exemplo.

O que estes concílios fizeram foi confirmar uma crença cristã bem anterior. Por exemplo, o objetivo do Concílio de Nicéia em 325 A.D. foi o de combater a heresia de Ário. Além disso, nós Adventistas não temos como autoridade tais concílios e não aceitamos certos aspectos defendidos por eles, entre os quais destaco aquela descrição do Filho como sendo "eternamente gerado". Nossa autoridade repousa na Bíblia.

Sinceramente, negar a existência da Trindade e a personalidade do Espírito Santo sabendo que há o texto de João 14:16 nas Escrituras é o mesmo que negar a Bíblia Sagrada, trazendo para si a perdição eterna.

Porém, se você é sincero e está em busca da Verdade, não desanime ou se irrite comigo por você não crer na doutrina. Continue em sua busca e Deus Espírito se revelará a você.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

O Espírito Santo é um grande mistério... mas, não tanto...

Em João 17:3 Jesus afirmou que o correto conhecimento de Deus leva à salvação eterna. Obviamente, isso significa que um entendimento errado levará à perdição aqueles que deixam de buscar o conhecimento na Bíblia para se basear em seus conceitos pessoais sobre a Divindade.
O objetivo deste blog não é atacar pessoas e sim discutir ideias. Quero apresentar a você breves debates que tive com antitrinitarianos e, consequentemente, a visão bíblica da Doutrina do Espírito Santo. Isso, sem entrar no campo da especulação, pois, “As coisas encobertas pertencem ao SENHOR, nosso Deus...” (Dt 29:29).
Ellen White afirmou: “A natureza do Espírito Santo é um mistério. Os homens não a podem explicar, porque o Senhor não lho revelou. Com fantasiosos pontos de vista, podem-se reunir passagens da Escritura e dar-lhes um significado humano; mas a aceitação desses pontos de vista não fortalecerá a igreja. Com relação a tais mistérios - demasiado profundos para o entendimento humano - o silêncio é ouro” (Atos dos Apóstolos, p. 52).
O fato de a natureza do Espírito Santo ser misteriosa significa que para Ellen White não era possível saber Quem é Ele? Com certeza, não. Ela aconselha a não especularmos sobre aquilo que não foi revelado. Ela recomenda que não demos “um significado humano” aos textos bíblicos. Esse é o contexto da citação.
O que Deus nos deixou na Bíblia precisamos aceitar, mesmo que não esteja de acordo com nossa lógica humana. Para isso, precisamos submeter nossa lógica a lógica Divina, como recomenda Isaías 55:8, 9.
Se o fato de o Espírito Santo ser um “mistério” significa que “não podemos afirmar com certeza que Ele é uma Pessoa Divina”, então não podemos crer nem mesmo na pessoalidade de Deus Pai, pois, Isaías 45:15 afirma que Deus é “misterioso”. E isso fatalmente nos levaria ao panteísmo!
Meu desejo sincero é que você aproveite todos os artigos e que seu relacionamento pessoal com Deus seja ainda mais intenso no decorrer de sua trajetória nesse mundo. Divulgue para seus amigos, envie os posts a eles e esteja aberto a mudanças em seus conceitos sobre a Terceira Pessoa da Divindade.
Um abraço!

Leandro Quadros
[www.namiradaverdade.com.br]